Carta À Igreja de Sardes Apocalipse 3.1-6

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Carta À Igreja de Sardes Apocalipse 3.1-6, a Igreja morta, que tinha nome de viva. A quinta das sete cartas às sete igrejas da Ásia (Apocalipse 1.4,11). Esta igreja tinha característica de um corpo morto: Frio, inexpressivo, insensível.

A Cidade de Sardes

A cidade de Sardes orgulhava-se pelas indústrias de lã e de tinturaria. Era o centro do culto a Artêmis, chamada de Cibele naquela região, a mesma Diana dos Efésios (At 19.28).

Sardes era capital de uma região muito fértil.

A palavra Serdes vem da extração da pedra sardônica na região.

Era uma importante cidade comercial na época.

Tivera num passado muito distante um rei chamado Creso, famoso por ser muito rico. Na época a cidade era bem expressiva, e se tornou a capital do reino da Lídia por volta de 546 A.C.

Mas no tempo da escrita do Apocalipse era uma província da Ásia sob domínio romano. Situava-se à 90 km de Esmirna, e não mais expressiva como outrora.

Carta À Igreja de Sardes Apocalipse 3.1-6 – Problema

Não há relatos de perseguição contra essa igreja. Então, qual era o problema dela? A igreja vivia de aparências, e de histórias do passado.

Isto prova que a falta de perseguição e a prosperidade não torna uma igreja mais autêntica no seu relacionamento com Deus. Muitas vezes a prova pode até ser uma bênção.

Então o Senhor deu a ela um ultimato: Se arrepende e vive, ou então, morre de vez.

Aqui encontramos resposta à pergunta: Qual igreja será salva?

Qual Igreja Será Salva?

Quando falamos que a Igreja será salva, muitos perguntam: Qual igreja, pois há tantas? Aqui está a resposta: Muitas se dizem igrejas e tem nome de que estão vivas diante dos homens, mas não diante de Deus.

O Senhor onisciente diz: “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e está morto” (3.1c).

Então, não basta ter nome de igreja, e dizer-se de Jesus Cristo ou de Deus, é preciso prestar adoração em Espírito e em verdade. Veja o que está escrito em João 4:23,24:

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

Também entenda que: Deus ama a verdade no íntimo: Salmos 51:6: “Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.” Então, é em nosso íntimo que Jesus sabe se somos igreja dele ou não.

O Apóstolo Paulo disse a Timóteo: O senhor conhece os que são seus (2 Tm 2.19), e também aos Coríntios: O Senhor “conhece os pensamentos dos homens” (1 Co 3.20)

Jesus disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (João 10.27). “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas ovelhas sou conhecido” (João 10.14).

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7:21).

Há necessidade de perseverança. Sem perseverança ninguém será salvo (Mt 24.23; Hb 2.3).

Então, não é a placa com um nome bonito de igreja, com um pastor erudito e eloquente, nem mesmo, grandes denominações operosas na obra de Deus, mas sim, os que são conhecidos pelo Senhor Jesus Cristo no íntimo.

Sete Espíritos e Sete Estrelas (3.1).

Ainda no versículo 1 temos os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas. O que significam? Os sete espíritos de Deus simbolizam a plenitude do Espírito Santo. As sete estrelas são os pastores. Jesus tem a ambos (veja 3.1 com 1.4,20).

O pastor é duramente advertido nas palavras: “Tens nome de que vives, e estás morto” (Apocalipse 3:1); e, “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Apocalipse 3:2).

As obras foram reprovadas, pois o senhor está procurando mais do que isto. Ele procura por vidas em comunhão, que estejam recebendo e guardando o ensino, e obedecendo ao Espírito Santo com sinceridade. Por isso a admoestação a seguir no verso 3.

Quatro Admoestações no Versículo 3

Quatro verbos importantes aqui: Lembra-te, guarda-o, arrepende-te e vigia.

A primeira admoestação é: Lembra-te.

O povo de Deus tem facilidade de esquecer os feitos do Senhor em suas vidas. Por isso, um dos objetivos da leitura, das pregações e ensinos das Escrituras é trazer-nos à memória os ensinos do Senhor (Ef 2.11segs).

A segunda admoestação é: Guarda-o.

Guardar os ensinos e a comunhão com o Senhor é nossa responsabilidade. Precisamos desenvolver a nossa salvação. A salvação nos é de graça, mas nós devemos cuidar dela até alcançarmos a glorificação. Isto é, até chegarmos ao céu. Como? Através da santificação e consagração ao Senhor (Rm 12.1,2).

Guardar é conservar. A mesma ordem dada à Igreja de Filadélfia (3.11 guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa).

Jesus também diz: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (João 14:21).

A terceira admoestação é: Arrepende-te.

Arrepende-te, diz o Senhor. É um chamado aos não crentes, àqueles que nunca confessaram seus pecados, e nunca entregaram suas vidas a Jesus. Mas, as vezes crentes já veteranos chega a um ponto de ter de recomeçar, voltar ao primeiro amor, como a igreja de Éfeso (Apocalipse 2.4).

Também como os crestes hebreus que já deviam ser mestres, mas ainda necessitavam de ensino de primeiros passos na fé (Hb 5.12).

A quarta admoestação: Vigiai.

Vigia. Aqui vem como advertência: “Se não vigiareis, virei sobre ti como um ladrão…”, diz o Senhor.

A necessidade de vigilância foi ensinada pelo Senhor aos seus discípulos: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42). Isto não foi dito para incrédulos, mas para crentes.

Essa vigilância significa aquele conservar e guardar bem a comunhão com o Senhor. Também guardar os ensinos e a observância da Palavra com toda verdade e sinceridade, através de uma vida de consagração a Deus (Rm 12.1,2).

A figura da vinda súbita como um ladrão se aplica à volta do Senhor para julgar o mundo. Mas aqui, porém, refere-se a um julgamento contra a igreja a qualquer momento.

É equivalente à admoestação à Igreja de Éfeso em 2.5: “…removerei o teu castiçal (igreja)”. Isto ou ainda, um tipo de juízo como por exemplo enfermidades, igual ao que aconteceu à falsa profetisa de Tiatira (2.22) ou algo do gênero.

Olha, Deus é amor, mas ama primeiramente a Si mesmo, sua Palavra e seus princípios. As Escrituras têm advertências severas para a igreja:

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). Isso foi dito para uma igreja, e não para incrédulos.

O povo de Sardes já tinha experimentado derrota por confiar em sua falsa segurança. A cidade estava no alto de uma montanha cercada por penhascos difíceis de ser vencidos pelo inimigo. Nisto confiava e vivia segura, mas em sua história fora derrotada por Ciro 546 A.C, e por Alexandre, o Grande em 334 A.C.

Consta também de sua história, que foi devastada por um terremoto.

A situação da cidade na época da escrita do Apocalipse era outra, mas o povo ainda não abrira mão da falsa segurança das coisas deste mundo.

A seguir temos promessas.

Carta À Igreja de Sardes Apocalipse 3.1-6 Tem Promessas com Tom de Ameaças (3.4,5)

As promessas foram feitas para os que eram dignos de receber as bênçãos eternas. Estes eram “umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras” (4). Estes “andarão de branco junto” com Senhor.

Isto significa que serão tratados como vencedores e dignos da comunhão com o Senhor, de andar juntos com Ele.

Entretanto, não se trata com isso, de merecimento da salvação, mas de valorização da graça que recebeu. Isto está dentro do desenvolver a salvação que Paulo ensinou aos Filipenses 2.12. Ou também a Timóteo:

Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas” (1 Timóteo 6:12).

O presente foi dado a vocês. Recebe-o. A benção está diante de vocês. Tome posse dela. Deus faz a parte dele e exige que façamos a nossa.

Caso contrário não teremos as vestes brancas e não andaremos com Cristo na glória eterna.

Somente os vencedores terão as vestes brancas, símbolo de pureza, santidade e também de vitória (6.2).

Estes, também, terão seus nomes escritos no Livro da Vida, símbolo de cidadania celestial, do novo céu e nova terra (Ex 32.32; Ap 20.12,15; 21.27; 22.19).

Então, este livro da vida é simbolicamente das anotações de Deus no céu, dos registros das obras dos homens na terra.

O livro de rol de membros da igreja nem sempre está de acordo com o livro de rol de membros de Deus no céu.

Os crentes de Sardes corriam risco de ter seus nomes riscados do livro da vida. Por isso, Jesus como o Sumo Pastor das ovelhas os chama ao arrependimento e conversão.

É dramático que uma igreja precise ser chamada à conversão ao Senhor dela, mas como diz o ditado: “Antes tarde do que nunca”.

Se Jesus está chamando, então tem solução e salvação. Atenda ao Senhor. É melhor do que ter o passaporte cancelado.

Finalmente, a admoestação geral, isto é, não só para a igreja de Sardes, mas também para todas em todos os tempos e lugares: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Leia também: Mensagem de Jesus à Sua Igreja

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