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Estudo da Bíblia Apocalipse 7. No estudo anterior, vimos os versos de 1 a 8. Neste post veremos os versos 9 a 16. Vamos juntos estudar a Palavra de Deus. Imagem de Dariusz Sankowski por Pixabay.
Estudo da Bíblia Apocalipse 7 Dentro de Uma Cronologia
Há quem tente organizar cronologicamente os acontecimentos bíblicos. Tarefa impossível. Como exemplo, cito que Jesus Cristo morreu por nós antes da fundação do mundo, mas sua morte só ocorreu na história há aproximados dois mil anos. Como seria possível ajustar isso cronologicamente?
Neste capítulo, quem defende acontecimentos cronológicos, coloca a segunda vinda de Cristo em 6.12-17. De fato, os acontecimentos descritos neste trecho parecem ser da vinda de Cristo, mas não necessariamente. Eventos como este já ocorreram e podem vir a acontecer independentemente de ser volta de Cristo ou não.
Um exemplo do dito acima, o Dia Escuro ocorrido na Inglaterra em 1780. Tais acontecimentos podem ser encaixados na expressão de Jesus: “Mas todas estas coisas são o princípio de dores” (Mateus 24:8).
De qualquer forma, tentar colocar em ordem cronológica pode ser um erro. Porém, se considerarmos que os fatos de 6.12-17 se referem à volta de Cristo, a selagem dos “servos” de Deus ocorre no capítulo 7. Não há indicação bíblica de que depois da volta de Cristo pessoas sejam seladas para a salvação.
Então, se 6.12-17 trata da volta de Cristo, o que se vê depois é uma reunião no céu, de crentes de todas as tribos, línguas e nações, incluindo israelitas (prefiro não empregar o termo judeu), dando glórias a Deus no céu (7.9-16). Estes foram selados quando creram em Cristo, e receberam o Espírito Santo (Ef 1.13; 4.30; 2 Co 1.21,22).
Os israelitas teriam sido selados primeiro aqui, porque foi com eles que Deus iniciou o plano de salvação (Gn 12.1-3; At 2; Rm 2.20; 4.11-25) e por causa das promessas de Deus feitas aos patriarcas e profetas (7.1-8; 14.1; 22.4; Jl 2.28-32; Ez 9.4-6;).
Esta visão concorda com Mt 24; 1 Ts 4.13-18; 5.1-13; 2 Ts 2.1-12.
Estudo da Bíblia Apocalipse 7: A Grande Multidão
Independente de ordem cronológica ou não, o que vemos no capítulo 7.9-17 é uma festa no céu (Lv 15). Nessa festa estarão pecadores arrependidos e convertidos a Cristo contando-lhe louvor e dando-lhe glórias junto com as milícias celestiais.
O texto começa com “depois destas coisas”. Significa que novos acontecimentos são vistos. E o que João vê? Ele vê não apenas 144 mil, mas uma “multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos” (9).
No céu estarão todos os salvos, de todos os tempos, de todos os povos, incluindo israelitas vindos da grande tribulação. Muitos diriam que estes se diferenciam de outros salvos, que não passaram por uma grande tribulação. Mas embora eu concorde que haverá uma grande tribulação globalizada no fim dos tempos, o período da ascensão de Cristo até sua segunda vinda é marcado por grandes tribulações.
Tribulações
Como exemplo, podemos mencionar a perseguição dos judeus e do Império Romano aos primeiros cristãos (At 4; 4.21-42; Cap. 8 e 12).
O holocausto dos judeus é visto por alguns como tribulação. De fato, mas acho que não se encaixa dentro do contexto da igreja.
Um exemplo claro que sempre ocorreu, e continua, é o drama vivido pela Igreja Perseguida e por pastores e missionários em países contrários ao evangelho.
No Brasil, nossos primeiros missionários tiveram também sua grande tribulação. Meu saudoso Pastor Silas Batista contava, e cheguei a ler em jornais nos anos 80, relatos de igrejas invadidas, bancos e bíblias queimadas, tocaia para matar missionário, etc. Graças a eles é que o Evangelho de hoje, como dizia um personagem de novela, “é mamão com açúcar” e “melzinho na chupeta”.
Louvor no Céu
No quadro de adoração no céu:
- A grande multidão adora com louvores (9-10).
- As milícias de anjos celestiais se juntam à grande multidão e louvor e glórias ao Senhor.
- O memorial de redenção e identificação com o Senhor é lembrado: Lavados no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus serão consolados.
Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.
Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.
Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima (Apocalipse 7:14-17).
Aleluias!
Um Quadro Antecipado
Tenho para mim, que o trecho de abertura do primeiro ao sexto selos é assim:
1 – O cavalo branco simboliza o Evangelho de Cristo que é eterno. Isto é, assim como o próprio Cristo, já existia antes de tudo. O Evangelho é eterno (Rm 16.25; Ap 14.6).
Esse Evangelho, portanto, saiu na frente, antes do mal. É providência de Deus. O Evangelho cavalga vitorioso num mundo que jaz no maligno.
2 – Os outros três cavalos e cavaleiros, o vermelho, o preto e o amarelo, simbolizam as obras do mal sobre a terra.
3 – Como o Evangelho cavalga vitorioso, o quadro do capítulo 7 é uma antecipação dos conquistados por ele. Eles vencerão e estarão diante de Deus no céu. Isto está de acordo com as promessas feitas aos vencedores das tribulações (2.7, 11, 17, 27; 3.5, 12, 21).
Portanto, essa antecipação visa consolar, dar esperança à igreja que sofria grande tribulação, perseguida pelo Império Romano.
Tal consolo e esperança podem ter todos que, em todos os tempos e lugares, mesmo diante dos três cavalos e cavaleiros, obreiros do mal, permanecerem em Cristo até o fim (Mt 24.13).
Eram sete selos. Faltou o sétimo. Isto é assunto para outro momento. Até lá.
Pr Odivan Velasco.
