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Cobrança um dia chega, como se diz na gíria. O melhor é quitar dívidas e procurar exercer a piedade, do que procurar “se dar bem”.
Perdoado não perdoou, e cobrança chegou
A Parábola do Credor Incompassivo é uma historinha de prestação de contas e cobrança.
Referências do Histórinha
Foi assim: Um homem foi para a prestação de contas devendo dez mil talentos. Talento era um peso de metais utilizado como moeda monetária. Então este era o nome de um peso de metais usado no comércio.
No tempo de Jesus, o peso usado no período grego-romano, valia cerca de 1.180 dólares (Dic. J. D. Davis).
Porém, O Comentário da Bíblia de Jerusalém diz que o valor de tal peso correspondia a 4 toneladas de ouro, por isso, um preço exorbitante.
Possivelmente este valor esteja dentro do correspondente ensino de Cristo. Como veremos mais adiante.
Então o devedor chegou diante do credor sem condições de pagar a dívida. Por isso, o credor mandou que vendessem a ele, mulher, filhos e todos os bens para pagamento do valor devido.
Por este motivo, o referido valor mencionado pelo comentário da Bíblia de Jerusalém parece mais coerente aqui, pois parece que o valor extrapola os 1.180 dólares.
Pois bem, não restava mais nada ao devedor, senão pedir clemência. Foi o que ele fez: caiu prostrado aos pés do seu credor, suplicando mais tempo para pagar.
Então o senhor credor compadeceu-se dele, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.
A história seria menos trágica se terminasse assim. Porém, não terminou desta forma.
Perdoado não perdoa e cobrança chega de novo
O devedor perdoado saiu e encontrou alguém que lhe devia 100 denários, isto é, menos de 30 gramas de ouro. Um valor insignificante, principalmente em vista do que lhe foi perdoado. Observe a proporção: 4 toneladas para 30 gramas de ouro.
Mas apesar de um valor tão insignificante este ex-devedor, que agora era credor, se revelou incompassivo, inflexível.
Apesar dos clamores por misericórdia e mais tempo para pagar a dívida, o agora credor, mandou prender o devedor até que pagasse a dívida.
Porém, as pessoas que presenciaram a cena contaram ao senhor o que estava acontecendo. Então o senhor mandou chamar o credor inflexível para nova prestação de contas. Disse-lhe:
“Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?
E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mateus 18:32-35).
E assim, a sentença caiu sobre o cobrador incompassivo.
A aplicação da parábola é esta: Quem foi perdoado pela misericórdia de Deus precisa fazer igualmente. Pelo contrário, sofrerá juízo inflexível, pois o juízo será sem misericórdia, sobre aquele que não exerce misericórdia (Tg 2.13).
Deus não perdoa os perdoados que não perdoam.
Imagem Pixabay.