Deus Está Morto. Parece Que Nietzsche Estava Certo

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Deus Está Morto, continua morto e eu o matei. Veja como fiz isso neste artigo do Pastor e Professor Darlyson Feitosa. Parece que FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE tinha razão. Imagem de AD_Images por Pixabay.

DEUS ESTÁ MORTO (Textão para os impuros) © Darlyson – inverno 2021.

Claro é que o título acima é uma provocação. Não de agora, mas de há mais de um século.

Em 25 de agosto de 1900 morria FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE, filósofo alemão, um dos mais controvertidos pensadores de todos os tempos, um dos maiores críticos do cristianismo da História.

A frase “Deus está morto” precisa (sempre) de um esclarecimento e, minha opinião, precisa de uma (sempre) aplicação.

O esclarecimento: no livro “A Gaia Ciência” (1882) a frase foi “pronunciada” por um louco. O louco acordou, pegou uma lanterna e, no mercado, começou a gritar “Procuro Deus, procuro Deus”. Havia muitos descrentes ali, que começaram a instigar o louco: “Deus está perdido?”, “embarcou num navio?”, “ele tem medo de nós?”.

O louco, mais enfurecido ainda, replicou: “eu lhes direi para onde Deus foi: nós o matamos, vocês e eu. Somos todos seus assassinos! […]. Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto. Deus continua morto! E nós o matamos! Como nos consolar a nós, assassinos entre os assassinos? O mais forte e o mais sagrado que o mundo até então possuíra sangrou inteiro sob nossos punhais […]. ”

Ou seja, o filósofo estava afirmando o que a cultura ocidental fizera com Deus! E tudo indica que Nietzsche estava certo, se não na forma, mas no conteúdo!

A aplicação: Deus está morto, continua morto e eu o matei. Eu o matei quando intentei fazer sacrifícios pessoais a fim de obter supostas vantagens materiais/espirituais – matei o seu sacrifício vicário. Eu o matei quando comecei a justificar meu ódio pelos meus opositores – nem inimigos precisavam ser – sob o pior e mais insano dos motivos e justificativas – meu amor a Ele e à sua Palavra!

Em nome do meu zelo, ironizei, menosprezei e cuspi sobre as ideias daqueles com quem eu não estava alinhado. Matei a Sua mensagem de amor. Eu o matei quando menosprezei a Sua criação, e passei a simplesmente chamá-la de mundo, com toda a carga de desdém, preconceito e nojo que nunca houve nas palavras apostólicas.

Eu o matei com uma das armas mais covardes que somente os covardes a usam bem covardemente: a hipocrisia.

Minha piedade é somente de um lado – o outro que exploda. Meu altruísmo é altamente ideológico, parcial. Minha Bíblia está repleta de versículos e páginas ausentes, especialmente os que falam sobre piedade e misericórdia, vocábulos que mal sei conceituar, mesmo com o léxico aberto.

Eu o matei quando levianamente não entendi a minha singularidade no Corpo de Cristo que se chama Igreja, achando-me Igreja, e não meramente um tijolo insignificante que só ganha sentido se houver outro tijolo.

Eu o matei quando fiz-me míope e não chorei com os que choram.

O louco perguntou aos homens no mercado: “quem nos limpará esse sangue? Com que água poderíamos nos lavar? Que ritos expiatórios, que jogos sagrados teremos de inventar?”

E então o louco conclui sua exposição com a angustiante declaração: “O que são ainda essas igrejas, se não os mausoléus e túmulos de Deus?”.

Eu não posso matar Deus em Sua essência, mas eu o mato na minha existência quando ajo em nome dEle e menosprezo o que Ele criou. E, com minha santificação às avessas, eu me torno um sepulcro, uma sepultura pintada de branco por fora, mas por dentro a putrefação é horrorosa.

Deus está morto e eu o matei. Que miserável homem que eu sou! Quem livrará esse meu corpo perecível da morte espiritual? Jesus Cristo!

Darlyson Feirosa

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