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Carta à Igreja de Éfeso Apocalipse 2.1-7, estudo bíblico sobre da primeira de Jesus às sete igrejas da Ásia. O Senhor continua pastoreando sua igreja.
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Introdução
Como parte introdutória, vou destacar alguns pontos que julgo importante sobre a cidade de Éfeso, a Ilha de Patmos e a Igreja de Éfeso. Recomendo, também, a leitura do texto bíblico. CLIQUE AQUI.
Imagem de Kerstin Riemer por Pixabay
A CIDADE DE ÉFESO, A ILHA DE PATMOS E A IGREJA DE ÉFESO
A Cidade de Éfeso era a mais rica da Ásia Menor.
Ela foi fundada 100 A.C.
O povo daquela cidade cultuava a Artemis, deusa grega, ou a Diana na mitologia romana (At 19.28).
A Ilha de Patmos.
Uma ilha pequena de formação vulcânica do Arquipélago Grego. Situa-se na Ásia Menor, a umas 30 milhas ao sul de Samos. Tem cerca de 15 milhas de circunferência e nada produz.
Era importante rota comercial marítima de Éfeso a Roma.
Ali se extraia o sal, e era uma colônia penal para prisioneiros políticos do Império romano.
O crime cometido por João para estar ali foi pregar “a palavra de Deus e dar testemunho de Jesus” (1.9).
Estudiosos disseram que César Domiciano exilou João em Patmos para trabalhar nas minas de sal como castigo (96 D.C). Porém, César Nerva, que sucedeu Domiciano, o soltou.
Por isso, a data provável da escrita de Apocalipse é pós-morte de Domiciano, ou seja, final do primeiro século, última década (Broadus Dave Hale).
A Igreja de Éfeso
Inicialmente era composta de judeus e foi fundada por Paulo na companhia de Áquila e Priscila (At 18.18-23).
Apolo teria cooperado na expansão a obra ali (At 18.24-28), mas com base no batismo de João, o Batista, batismo de arrependimento para perdão dos pecados.
Quado Paulo pode voltar ali, instruiu melhor a igreja, e fez muitos sinais entre eles (At 19.1-20).
Certa vez estando em Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros de Éfeso e os instruiu e os admoestou, bem como os advertiu de que quando ele partisse, falsos mestre e falsos obreiros, os quais ele chamou de “lobos vorazes” perverteriam o rebanho (At 20.29,30).
Por isso, exortou-os à vigilância (At 20.31).
Parece que tudo isso aconteceu como veremos no texto da carta a Igreja de Éfeso no Apocalipse.
Em Éfeso, segundo estudiosos, Paulo escreveu 1 Coríntios, inclusive o capítulo sobre o amor (13).
Pelos escritos de At 20.37-38, o amor entre o apóstolo e a igreja era recíproco e verdadeiro.
A igreja era forte no testemunho e o amor aos irmãos (Ef 1.15).
ÉFESO COMO UMA DAS SETE IGREJAS DA ÁSIA
Recapitulando o capítulo 1, vimos que Jesus Cristo glorificado se revelou, revelou os fatos que estavam acontecendo e os que depois daqueles aconteceriam (1.1,17,18).
A Carta é ao Anjo da Igreja (gr angelos). Anjo significa mensageiro. Por isso, talvez seja o pastor da igreja como mensageiro responsável por ela.
Agora, Jesus se apresenta como tendo na mão direita as sete estrelas e os sete candeeiro (2.1).
O mistério das sete estrelas e dos setes candeeiros Ele já revelou em 1.20. As sete estrelas são os sete anjos das igrejas. Os sete candeeiros são as sete igrejas.
A DESTRA DE JESUS (2.1).
A mão direita ou destra é a mão de domínio, força, controle e defesa. Jesus está no comando de sua igreja. Ele não deixou sua igreja órfã, mas deu o Espírito Santo, o Consolador e Ensinador (Os sete Espíritos (1.4; 3.1; 4.5).
Além disso, Ele, Jesus, pessoalmente não se descuida de sua Igreja. Mas continua tendo cuidado dela.
Os sete candeeiros (1.20; 2.1) ou igrejas são de “ouro”. Indica coisas preciosas. A igreja é preciosa para o Senhor Jesus. Ele morreu por ela (At 20.28; Ap 1.5).
“Conheço as tuas obras” (2.2,3)
Jesus Cristo tem visão perfeita e profunda de sua igreja. Ela conhece todas as obras dela: boas e ruins. Quais são as obras boas que Ele vê na Igreja de Éfeso?
Jesus achou na Igreja de Éfeso trabalho diligente, perseverante e bom testemunho diante das provas (2,3). A igreja estava aprovada com elogios nestes quesitos.
Ela também não suportava falsos obreiros e falsos apóstolos. Colocava-os à prova e revelava que eram mentirosos, falsos apóstolos, fraudulentos, ministros de Satanás (2 Co 11.13-15).
A Igreja de Éfeso também odiava as obras dos nicolaítas (v.6).
Nisto se identificava com o Senhor que também os odiava. Odiar o pecado não é pecado.
O nicolaítas estavam também na igreja de Pérgamo onde a doutrina deles aparece em conexão com a de Balaão, que ensinou Balaque a prostituir o povo de Deus (2.14,15). Mas onde está isso na Bíblia?
Recapitulando a doutrina de Balaão
Em Números, do capítulo 22 ao 24, Balaque, rei dos moabitas, contratou o vidente Balaão para amaldiçoar o povo de Israel.
Porém, Deus o impediu de amaldiçoar Israel e ao invés disso, só poderia abençoar.
Visto que a empreitada não dava certo, cada um se foi para o seu lugar aparentemente sem exito.
Eu disse “aparentemente” porque antes de partir, ao que tudo indica, Balaão ensinou a Balaque um modo fácil de amaldiçoar Israel.
Tal modo está registrado em Números, capítulo 25, porém só é explicitado que a ideia teria sido conselho de Balaão no capítulo 31.13-18.
O plano consistiu em levar o povo a pecar no culto de Baal-peor (Senhor-Peor). Peor também era nome de um monte em Moabe. O culto a Baal-Peor era carregado de promiscuidades e imoralidades sexuais, e, é claro, idolatria (Dic. J. D. Daves).
Por causa disso, a ira de Deus se acendeu contra o povo e morreu 24 mil deles (Nm 25.9)
Fora essa conexão com Balaão, nada se sabe dos nicolaítas fora do Apocalipse.
Recapitulando o que vimos até aqui e apontando para os próximos versículos: Jesus glorificado revela que conhece as obras da igreja. Encontra nelas virtudes e fraqueza, chama ao arrependimento e promete bençãos aos vencedores.
Qual a fraqueza da igreja de Éfeso? Onde foi que ela caiu?
É uma só. Jesus denuncia a igreja: EU tenho contra ti: Você perdeu o seu primeiro amor. E a pergunta é: Qual é o primeiro amor?
O primeiro amor é o amor a Deus sobre todas as coisas. Um doutor da lei perguntou a Jesus:
Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
Mateus 22:36-38
Então, outras coisas estavam tomando o lugar de Deus ou as obras já não eram mais de acordo com este amor.
Em 1 Co 13, escrita de Éfeso, diz que sem amor, nada faz sentido. Pode falar em línguas, ter grande fé, conhecer todos os mistérios, dom de profecia, doar todos os bens e entregar o próprio corpo para ser queimado… Sem amor nada aproveitaria.
O fim disso seria a morte, se não houvesse o arrependimento, diz o Senhor: “Removerei o teu candeeiro” – que é a Igreja ou a preciosidade dela. Já não seria mais candeeiro de ouro.
Isto demonstra que uma igreja pode já ter perdido o primeiro amor e continuar caminhando como zumbis ou robôs. Assim é uma igreja sem amor a Deus em primeiro lugar, uma igreja sem alma, sem o Espírito.
A igreja de Éfeso corria o risco de extinguir o Espírito como Paulo admoestou em 1 Ts 5.19. Porém, o Espirito está presente buscando tratar da igreja.
“Lembra de onde caíste, arrepende-te” (5).
Os seja, Jesus glorificado continua pastoreando sua igreja com conselhos, instruções e chamando ao arrependimento.
O chamado ao arrependimento foi o primeiro do Evangelho de Cristo (Mc 1.14,15) e continua permanentemente. Sempre teremos algo que a nos arrepender e confessar ao Deus. O bom é que Ele nos perdoa (1Jo 1.9;2.1).
Veja as instruções, os verbos:
- Lembra-te;
- Arrepende-te;
- Volta;
- Pratica.
Devemos lembrar, porque muitas vezes aguerridos com as lutas do dia a dia acabamos por nos esquecer do que é essencial. Muitas esquecem de si mesmo, da família, e principalmente, de Deus.
É preciso nos arrepender. Ou seja, mudar nossa crença e nossos valores errados e seguir no rumo certo, ao chamado de Deus. Aí sim, nossas práticas terão valor.
O Chamado do Sumo Pastor
O pastoreio de Jesus é com conhecimento íntimo, mas não é com soberba. É com brandura e mansidão pastoral. O chamado ao arrependimento é em tom de apelo amoroso. Ele quer salvar, quer restaurar e não, punir, como muitas vezes nós fazemos.
Ele tem visão perfeita para provar as obras de sua igreja, aprová-las ou reprová-las.
Mas reprovadas, não abandona, mas chama ao arrependimento para restaurá-la.
O Chamado aconselha a ouvir o Espírito Santo e este chamado está em todas as cartas, a todas as igrejas: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (7).
Isto significa que simbolicamente vale para todas as igrejas em todas as épocas e lugares.
Significa, também, que é algo sério, que representa a vida ou a morte, ou seja, perda do direito de existir ou de ser verdadeiramente igreja.
Veja outro estudo sobre esta Carta clicando AQUI.