Senhor | Do Senhor são todas as coisas

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Do Senhor são todas as coisas. “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Romanos 11:36). Este verso revela a natureza de Jesus Cristo. Ela revela que Ele é Deus. Porque digo isto? Porque a Deus, e somente a Ele, pertencem todas as coisas no céu e na terra e em todo universo. Quer você acredite ou não, é assim que a Bíblia ensina.

Por exemplo, o Sl 24.1:

 “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Salmos 24:1).

Se a terra é do Senhor, e, se Rm 11.36 está dizendo que para ele (Jesus) são todas as coisas, logo, Jesus é Deus. Há muitas outras passagens bíblicas que revelam Jesus como Deus, dono de tudo o que há.

“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas”, e o homem pós-moderno.

O problema para o homem pós-moderno é reconhecer isto. O homem de hoje não aceita pertencer a outro ser, nem mesmo a Deus, embora diga crer nele. O homem pós-moderno é livre, especialmente os que vivem no mundo democrático. Nada contra a democracia, mas sim, contra o falso senso de liberdade.

O homem de hoje é fútil, banal. A única coisa em que se apega é a informação de que é livre. Nem se quer procurou o significado da palavra liberdade. Ele se acha livre para dar o significado que quiser. E assim é com todas as coisas. Uma coisa que tem um significado para uns, para outros significa algo totalmente diferente. Uma loucura! Não há mais parâmetros. 

Com esse senso de liberdade deturpado, ninguém se rende a nenhum absoluto, mesmo quando parece óbvio.

Onde está Deus nesse contexto? Deus está morto novamente. Ou talvez Ele esteja distante demais para se importar. Ou quem sabe Ele nunca existiu de fato.

Mas além disso, Ele nos fez livres. Temos livre arbítrio ou destino, tanto faz. Somos como Ele fez.

Muitos cristãos têm aceitado seu estado como destino ou como direito de viver como quiser. Dizem que crer, mas nem tanto ao ponto de obedecer totalmente. Chamam a Deus de Senhor, mas vão aonde querem, mesmo sabendo que estão indo contra a vontade de Deus. Dizem o que Deus proibiu de dizer. Fazem o que Deus proibiu fazer. Aceitam o que Deus chamou de abominável.

Este é o problema do homem nos dias de hoje, inclusive do cristão: pensam que têm liberdade para pecar, quando a liberdade em Cristo é para não pecar e/ou, recorrer ao perdão, insatisfeito do pecar. Os verdadeiros cristãos estão em guerra contra o pecado, primeiramente neles mesmos, e depois, nos outros (Lc 6.42).

Como que o homem pós-moderno chegou a esse estado? Muitas coisas contribuíram, mas vou dar minha opinião, do que tenho assistido e combatido durante 43 anos militando na igreja protestante (ultimamente tenho preferido a palavra protestante a evangélica).

Porque do Senhor e por ele, e para ele, são todas as coisas? 5 Coisas contra este ensino

Desde meus primeiros passos no evangelho, mesmo sem entender quase nada, tenho observado 5 coisas que trouxeram a igreja a tal situação:

1 – Simpatia com as novidades modernistas;

2 – Teologia da libertação;

3 – Teologia da prosperidade;

4 – Democracia

5 – Avanço tecnológico

Um breve parecer de cada uma dessas coisas.

1 – A simpatia com as novidades modernistas dizem respeito à fácil acomodação ao que se apresenta como novo no falar, no pensar, no conhecimento, na estética, na moda… em tudo. 

O perigo é que coisas velhas se apresentam como novas. O velho pecado vem com a moda, com novas linguagens, pensamentos, e tudo o mais.

Como homem é livre, ele pode aceitar tudo independente do que pensa seu pastor, do que prega sua igreja taxada de “retrógrada”. E ele ainda vai ser aplaudido como o cara que saiu do escuro.

2 – Quanto à teologia da libertação, esta tinha uma excelente proposta. Mas pecou ao se enveredar fundo no caminho da política. O propósito inicial era de libertar o homem do jugo de outrem e de sistemas opressões, mas ao fazer isso, entregou o homem a si mesmo. 

Trouxe importantes reflexões sobre justiça social, respeito à vida humana, e luta contra a opressão. Mas com o tempo veio perdendo vínculo com sua ideia original.

3 – Teologia da prosperidade é a teologia da barganha: dê e te será dado, faça sacrifício de fé e você será recompensado.

Pontos Positivos e Negativos

Esta também tem seus pontos positivos. Eu cito apenas um que vivenciei durante toda minha vida, que é a acomodação na pobreza como virtude.

A pobreza como virtude é o entendimento de que Deus abençoa o pobre. É deles o Reino dos Céus. Na Parábola do rico e Lázaro, este pobre é aceito no seio de Abraão. Já rico aquele foi para o inferno (Lc 16.19-31).

Esta, porém, é uma visão distorcida. Ninguém será salvo por ser pobre. Da mesma forma ninguém será perdido por ser rico, embora para estes seja mais difícil (Mt 19.23).

A teologia da prosperidade teve crédito entre a população porque trouxe esperança de juntar o útil ao agradável: a fé em Deus e a benção financeira. Isto, num contexto de opressão econômica. Afinal quem não quer ter Deus, saúde e dinheiro?

Ouvi uma vez um desses pregadores. O sermão dele foi baseado na escolha dos discípulos (Lc 5.1-11). Lembro até hoje os três pontos do sermão, apesar de nunca ter conseguido identificar os ensinos dele dentro do texto.

Um Sermão da Teologia da Prosperidade

Título: O Cristão Precisa Ter Poder

1 – O Cristão precisa ter poder espiritual (bom)

2 – O cristão precisa ter poder financeiro (aqui ele disse que Pedro e João eram ricos, pois tinham um negócio de pesca. Tinham mesmo, mas tinham pescado a noite toda e não pegaram nada. O negócio parecia que estava falindo).

3 – O cristão precisa ter poder político.

Mas, avançando nas coisas que nos trouxeram ao falso senso de liberdade, cito agora a deformada (pois não é formada) conscientização política democrática. A democracia é boa, porém é veículo franco para tudo que é bom e para tudo que é mau. Embora haja mecanismos de defesa contra o mal, este depende da educação política do povo.  

O mal tem usado muito bem a democracia para catequizar as mentes de populações inteiras. E faz isso passando-se, disfarçando-se do bem (2Co 11.14). Parece intelectual, descolado, esperto, erudito. Mas é absurdamente ilógico muitas coisas que a liberdade democrática permite veicular.

Por último, o avanço tecnológico tem inúmeras vantagens em todas as áreas da vida moderna. Mas por outro lado tem nos alienados. Nossa facilidade de aceitar o ponto 1, apego às novidades, tem nos aprisionado às novidades tecnológicas. 

É verdade que a tecnologia da comunicação tem conectado as pessoas  e estreitado distâncias. Mas, no mínimo, devemos questionar a qualidade desses relacionamentos. 

Se o relacionamento com as pessoas sofre com má qualidade, onde fica o relacionamento com Deus?

É nisto que a igreja está morrendo. Todas as coisas citadas acima e muito mais têm nos detido longe de Deus. Pior, tem nos mantido perto, porém como o outro filho pródigo, o que ficou em casa, que não tinha tanto prazer assim no pai. Queria apenas um cabrito para festejar com os amigos. Mas original foi o filho mais novo que foi embora.

A Igreja morre deixando de ser do seu Senhor.

Muitos estão nas igrejas dizendo que são de Jesus, chamando-o de Senhor. Mas não fazem o que Ele manda (Lc 6.46). Muitos dizem que a Bíblia é a palavra de Deus. Porém esta Palavra não tem mais o peso que tinha tempos atrás. Tudo agora é relativo. Não é bem assim. Naquele tempo era assim. Agora isso não se aplica mais. Chegamos ao ponto de legalizar e aceitar calados o que a Bíblia condena.

O homem chegou ao ponto de se encantar com sigo mesmo. Narcisismo puro. Somos espertos e encontramos solução para tudo. Para a AIDS, o coquetel. Podemos continuar nossos rumos. Para a distância, a internet. Para muitas doenças e problemas a ciência encontra solução. Não é Deus. É a ciência. 

Por isso, algo sempre vem para desafiar a ciência e a todos os seus adeptos. Covid19, por exemplo.  Algo pior está para vir.

Temos de restaurar nossa fé e sentimento de pertencimento a Deus. Teremos de prestar contas a Ele (Rm 14.8-10; 2 Co 5.10). 

Nós somos do Senhor. Cristãos ou não. Quer você creia ou não. Você pertence a Deus. Ele é Senhor dos vivos e dos mortos, dos salvos e dos condenados. Todo joelho se dobrará a Ele. Ele tem direito de fazer o que quiser com a propriedade dele.

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