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O Anjo Gabriel e Lúcifer é um relato histórico de um imperador romano muito importante para o estudioso da Bíblia, especialmente o Apocalipse.
O Artigo foi escrito pelo Professor Darlyson Feitosa, e publicado em sua página no Facebook. Abaixo, o texto ipsis litteris. Imagem de Christian Dorn por Pixabay.
© Darlyson – inverno, quase primavera 2021 – O ANJO GABRIEL E LÚCIFER
Há 1925 anos era assassinado em Roma o imperador Tito Flávio DOMICIANO, o último dos flavianos.
Conhecemos a história de Domiciano pelos poetas Tácito e Plínio, o Moço – que escreveram contra, e pelos poetas Estácio e Marcial, que escreveram a favor. Ficamos com os dois primeiros.
Domiciano governou o Império Romano por 15 anos (81 a 96). Nos dez primeiros anos ele foi um dos melhores imperadores da história:
acabou com a boataria de pasquins, combateu com rigor a prostituição de crianças;
Proibiu a apresentação de teatro considerado indecente para as famílias; acabou com a prática de derramamento de sangue em sacrifícios pagãos;
Cancelou dívidas que cidadãos romanos possuíam superiores a cinco anos;
Grande construtor e organizador público;
Deu grande estímulo às artes e letras.
Enfim, mostrou-se extraordinariamente capaz, habilidoso, honrado, rigoroso, imparcial nos julgamentos. Era a encarnação do anjo Gabriel.
Um dos generais romanos, Antonio Saturnino, comandante na Alta Germânia, quase consegue um golpe de estado. Essa rebelião foi o divisor de águas na vida de Domiciano.
De severo ele passou a ser cruel. Começou a tirar poderes do senado. O poder absoluto começou a dominar os seus atos.
Encheu o Capitólio com estátuas de si mesmo. Proclamou a sua divinização, mais a do pai, irmão, esposa, irmãs e família divina.
Instituiu uma ordem sacerdotal, os Flaviales, encarregada de prestar contínuo culto ao imperador e a incentivar tal prática entre os cidadãos e estrangeiros residentes no Império.
Em todos os documentos ele passou a ser tratado como “Dominus et Deus Noster” – “Nosso Senhor e Deus”.
Em 89 ele expulsou os estoicos de Roma; em 93 cristãos foram executados por negarem-se oferecer sacrifícios à imagem do imperador; 95 foi a vez dos filósofos serem expulsos.
Os últimos anos do seu governo foram de medo, terror, torturas medonhas, perseguições a opositores.
Foi assassinado em 96, com a participação da esposa Domícia na conspiração. Domiciano terminou seus dias como a encarnação de Lúcifer.
Assim muitos de nós. Começamos bem, com boas intenções, depois cambamos para o mal.
No início, nossa ética é exigente. Depois o relaxamento é melancólico.
As aulas começam a todo vapor, depois o marasmo toma conta. Começamos com a intenção de causar uma revolução, terminamos sem transformarmos nada.
A dieta começa a mil, logo perde fôlego e nos afogamos no açúcar e carboidratos. Compramos a esteira para correr em casa, e logo ela vira cabide de roupa.
Começamos como príncipes e terminamos como sapos.
Por isso alguém em certo lugar exclamou: “Que miserável homem que eu sou! Quem livrará esse meu corpo dessa morte?” A resposta para essa pergunta tem movido a história de todos nós!