Bênçãos de Israel A Seus Filhos Antes de Morrer.

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As Bênçãos de Israel a Seus FIlhos em Gn 49 são mais propriamente profecías visionárias do que bênçãos. A base profética estava em fatos passados com consequências futuras. Os dramas passados, marcaram o presente e perspectiva de futuro.

As Bênçãos de Israel e A Providência de Deus

Os dramas vividos por José e Jacó deixaram a história deles, como sempre, à beira do abismo da destruição.

Acho que o sentimento do Salmos 23:4: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”, nasceu de uma reflexão sobre as periódicas ameaças de um fim, e de um milagroso recomeço pela intervenção de Deus.

Embora de forma mais espiritualizada, com menos teofanias, o drama vivido por José, em conexão com Jacó, agora Israel, foram interpretados como providência de Deus.

Claro que não foi a primeira vez que Deus irrompeu na história deles com providência. Outras vezes Deus operou maravilhas. Exemplo: nas providências na vida de Abraão, dentre elas, a principal foi o nascimento de Isaque, um fio de esperança, a salvação da família eleita.

Igualmente, a providência marcante do cordeiro substitutivo (vicário) para Isaque, quando Abraão identificou Deus como Jeová-Jereh, o Deus da provisão (Gn 22.14).

Mas a diferença é que Deus não mais aparece em Pessoa, mas através de sonhos. Essa foi a era dos sonhos: José sonhou. Faraó sonhou. Os copeiros e padeiros sonharam.

Mas a interpretação dos sonhos entrelaçados com os eventos fez com que o intérprete dos sonhos, José, visse a providência de Deus na história dele e de seus familiares. Tal interpretação foi repetida em 45.5-8; 50.20. Estes dois versos são os versos chaves do trecho que vai do capítulo 37 ao 50.

Aqui está a chave para uma vida espiritual e emocional vitoriosa: nossa interpretação dos fatos que nos acometem. Nós vemos Deus ou o Diabo neles? Nós vemos a providência de Deus em nossa finitude? Até onde vai nossa esperança? Tenho dito que nossa fé em Deus tem de nos guiar até o último suspiro, e tendo a convicção de que mesmo além, Deus estará nos sutentando.

As Bênçãos de Israel A Seus FIlhos

Chegamos ao capítulo 49. Mas uma vez destaca-se a providência de Deus na vida tanto material, quanto emocional de Jacó (Israel) e José, como também de todos os seus descendentes.

Jacó sentindo-se perto da morte, mandou chamar seus filhos para suas últimas palavras. Acabando de pronunciá-las, ele se recolheu à sua cama e expirou.

Mas, quais foram suas últimas palavras? Não foram propriamente bênçãos. Mas sim, as profissões visionárias do futuro, mas observe, em relação ao passado deles. Veja a seguir um resumo;

As Bênças de Israel para Cada Filho – Um Resumo

Rubén (v.3-4), o primogênito, portanto, com direitos de herança em dobro, era por isso, “o mais excelente em altivez e o mais excelente em poder” (v.3). Mas perderia sua condição por ter maculado o leito de seu pai quando teve relações com Bila, serva de Raquel (Gn 35.22).
Simeão e Levi (v.5-7). Estes ficaram marcados pela vingança covarde contra Siquén (Gn 34). No contexto de violência em que vivemos, principalmente contra a mulher, muitos aplaudem a vingança. Mas devemos nos lembrar de que: Mesmo Siquén tendo cometido um delito, eles fizeram uma aliança com ele e seu povo, e a desonram. Uma aliança era coisa sagrada, velada por Deus. Pior ainda, eles se utilizaram da circuncisão, um ato de culto, para cometer delito. Além disso, eles infligiram um preceito que viria a ser cristão: não pagueis mal com o mal:

“Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção” (1 Pedro 3:9).

Devido a isso, eles foram amaldiçoados. Seriam divididos e dispersos. A tribo de Simeão foi absorvida pela de Judá (I Cr. 4.28-33).

A tribo de Levi teve sua sentença redefinida talvez por se colocar ao lado de Moisés na repressão contra idólatras (Ex 32.25-29). Mesmo assim, tornou-se tribo sacerdotal e, por isso, sem herança territorial.
Judá (v. 8-12) cujo nome significa “louvor” seria marcado pelo remanescente, ou renovo. Outra vez, o Deus da esperança da providência salva a família eleita e o mundo. Davi era descendente de Judá e de Davi, o Messias, Cristo (Is 11.1; Mt 1.1-7.).
Zebulom (v.13) é prometido prosperidade junto ao mar. Conforme Sheed, Zebulom não possuía propriedade junto ao mar, mas junta à Fenícia, cidade marítima (Js 19.10-16).
Issacar (v.14-15) seria um trabalhador braçal sem ambições, sujeito ao que a vida oferece.
Dã (v. 16-18) seria marcado pela justiça e prestígio que ganharia disso.
Gade (v. 19) sairá vitorioso na guerra (Dt 33.20, 21).
Aser (v. 20) ganhará fartura. Suas terras eram mais fértes com plantação de trigo e azeitonas (1R 5.11).
Naftali (v. 21) ganharia beleza no falar. Talvez uma referência a dons espirituais futuros ou ao evangelho que inundou sua terra com o Messias (Is 9.1,2; Mt 4.15,16).
José (v. 22-26) teve menção mais demorada (5 versículos). Ele sempre foi o preferido de Jacó, por filho da esposa amada, Raquel, a quem Jacó tinha, de fato, desposado e foi enganado por seu sogro (Gn 29).

As Bênçãos de Israel A José

Para José, Jacó pronunciou a bênção da primogenitura, com menção dos nomes dos seus antepassados Abraão e Isaque.

Mas note, a interpretação de Jacó é que a história deles foi sustentada pelo Pastor de Israel, o Ell-Shaday (Todo-Poderoso) de Jacó. Deus os fizera prosperar diante dos inimigos (v. 24,25).

Na sequência, vemos relato dos últimos procedimentos e sepultamento de Jacó.

De tudo, vimos como Deus transforma maldição em bênçãos sem medidas. É bendito todo aquele que caminha com a fé no Todo-poderoso de Israel.

A visão profética para os dias de hoje é sustentada pelo Messias, Cristo, pois Deus enviou seu Filho “para que todo o que nele crer tenha a vida eterna” (João 3:15). Jesus é a bênção da providência de Deus para hoje.