Beijos e Choros no Sepultamento de Jacó

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José se lançou sobre o cadáver de seu pai com choros e beijos no velório. Depois descobriu que os beijos e abraços de 45.14,15 ainda não estavam valendo. Veremos alguns ritos funerários bem sinistros se comparados à nossa cultura. Estudo de 50.1-14.

Beijos e Choros Nos Preparativos Para O Sepultamento de Jacó.

Após seus abraços, choros e beijos, José mandou os médicos embalsamar a seu pai. O “embalsamamento durou quarenta dias e os egípcios o choraram setenta dias” (v.3). 

Mas José queria sepultar seu pai na terra de Canaã, como este havia pedido (49.29-33). Então, solicitou autorização a Faraó para se ausentar. 

Eles fizeram o translado do corpo de Jacó até Canaã para o sepultar ali.O cortejo funeral foi composto pelos oficiais principais de Faraó e de Jacó (8). “O cortejo foi grandíssimo” (9). Um sepultamento de rei. 

“Passados os dias de luto” (4), Jacó recebeu um sepultamento de rei. Não sei se foi por sentimento verdadeiro ou falso, mas os egípcios o choraram por setenta dias. 

Funeral nos tempo bíblicos era mesmo muito dramático. As mulheres faziam ruidosas lamentações. Muitos contratavam carpideiras, que eram mulheres profissionais do choro em velório (Jr 9.17). 

Broadmam diz que “O pranto devido à morte de um Faraó durava setenta e dois dias. Jacó recebeu um funeral real”. 

Sinistro foi o embalsamamento.

Segundo Broadmam (O artigo da Superinteressante é bem parecido) o embalsamamento era assim:

O processo… incluía a remoção do cérebro,

através do nariz, mediante um instrumento em

forma de gancho, bem como a remoção das entranhas,

através de uma incisão feita no lado com uma

aguda faca de pedra. As entranhas eram colocadas

em um jarro. A cavidade craniana era cheia de

especiarias, e da mesma forma a cavidade abdominal;

porém ela, bem como todo o corpo, era tratada

inteiramente com salitre durante sete dias. Depois,

o corpo todo era lavado com um vinho de palma.

Em seguida, ele era revestido com betume ou

resinas, enfaixado em muitas voltas de roupa ou

tecido branco, e colocado em seu esquife de múmia”.

Ou seja, era algo pior do que uma autópsia. 

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Não Mais Beijos, Mas Choro em Canaã (7-14).

Recebida a permissão para ir à Canaã sepultar seu pai, partiram. E lá chegando, mais lágrimas por sete dias (10). O choro foi tão grande que os cananeus ficaram impressionados. Isto marcou aquele lugar que ficou conhecido como Abel-Mizraim (pranto dos egípcios).

Percebemos como estamos longe daquela cultura no tempo e no espaço. Hoje se alguém morre de manhã é sepultado à tarde, quando demora muito, no outro dia.

Mas Jacó teve um sepultamento digno de rei. Ele que fora um pastor empregado e enganado constantemente pelo sogro, dormiu ao relento quando fugiu de seu irmão e viveu lutas intensas, terminou como um rei.

Não podia ser diferente. Deus mudou-lhe o nome de Jacó (Suplantador) para Israel (Que luta com Deus). Deus estava nas marcas do homem. Ele era o príncipe de Deus. O mundo tinha de reconhecer isto.

O mundo de hoje reconhece as marcas de Deus em seus servos?

Beijos
Imagem Pixabay

Choro, Perdão e Transformação (15-21).

No trecho de 15 a 26, quero destacar três fatos apenas: 1 – Os irmãos de José viveram 17 anos perdoados sem gozar do perdão (15-18); A autoridade máxima para perdoar pecados é Deus (19); Deus age dentro da história humana transformando mal em bem (20).

17 anos perdoados sem usufruir  perdão (15-18).

Depois que Jacó morreu, os irmãos de José ficaram preocupados. Pensaram que José agora não tomaria vingança contra eles. Isto demonstra duas coisas: 1 – Eles viveram 17 anos (tempo da vida de Jacó no Egito – Gn 47.28) sem gozar a benção do perdão de seu irmão, e, 2 – Eles revelaram, com isso, que não acreditaram nas palavras de José quando os perdoou (Gn 45.5-8). 

José chorou, acho que foi por dois motivos. 1 – Por saber que eles desconfiaram esse tempo todo de seu perdão sincero, achando que ele era falso.

2 – Por saber que eles passaram esses 17 anos perdoados, mas sem usufruir disso.

Os Beijos e abraços do capítulo 45.14 e 15 não foram sentidos verdadeiramente por 17 anos.

Quando não nos sentimos perdoados, somos atormentados pela culpa. Tenho conhecido pessoas que vivem trinta, quarenta, cinquenta anos, e até, a vida inteira sem perdão. Isto adoece espiritual, emocional e fisicamente.

A autoridade máxima para perdoar pecados é Deus (19).

José disse: “Não temais, acaso, estou eu em lugar de Deus?” (19). Isto quer dizer que a autoridade para perdoar ou para reter o perdão pertence a Deus. 

Na teologia de José, ele não poderia reter o que pertence a Deus. Isso seria se colocar em lugar de Deus. Certamente que ele não quereria isto. Ele conhecia o Deus que transforma mal em bem (20).

Deus vem ofertando graça perdoadora e salvadora aos homens por séculos e eles continuam vivendo sem perdão, sem gozar a paz com Deus (Tt 2.11). 

Deus age dentro da história humana transformando mal em bem (20).

Não é fácil e nem sem dor, mas Deus transforma situações difíceis em fáceis, maldições em bênçãos. José, o intérprete dos sonhos, entendeu isso. 

Assim, sua luta nunca foi contra seus irmãos, mas contra o pecado deles. De fato, Paulo em Efésios 6.12, diz que a nossa luta não é contra a carne e sangue. Isto é, não é contra pessoas, mas contra poderes espirituais da maldade, que atuam nos nossos pecados.

Para vencer isso devemos tomar toda a armadura de Deus, o único que pode nos salvar.

Final da Vida de José

O restante do capítulo fala do fim de José. Ele viu o filho de seus filhos “até à terceira geração” (23) e morreu em boa velhice, 110 anos (22,26).

o Livro de Êxodos parece ser a continuação dessa história. 

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