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O Apóstolo Paulo se vê como propriedade de Jesus Cristo. Ele escreve a Timóteo e expressa a missão, o conceito teológico e a psicologia que envolvem seu ministério.
Nesta meditação breve baseada nos dois primeiros versículos já é possível perceber tamanha responsabilidade. Vamos avaliar; Imagem de Eugen Visan por Pixabay.
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa,
A Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor” (1 Timóteo 1:1,2).
O Autor do Chamado Apostólico
Na concepção de Paulo, o Apóstolo, o autor do seu chamado é Deus. Ele estava convicto de que foi “segundo o mandado de Deus”, que ele se tornou apóstolo de Jesus Cristo. A sua vocação veio direto de Deus.
A expressão “de Jesus Cristo” também é importante, pois significa que o apóstolo é propriedade de Jesus Cristo; ele pertence a Jesus Cristo, como um escravo pertence ao seu dono.
A palavra “apóstolo” vem do grego “apostello” que significa enviar, despachar. No caso do apostolado, significa enviado aos homens com uma missão divina.
O apóstolo Paulo, então, se considerava como apóstolo, como um porta voz de Cristo, um representante direto, pessoal de Cristo. O termo é semelhante ao profeta que é o porta-voz de Deus.
O Autor da Salvação
A salvação, embora tenha sido conquistada por Cristo na cruz, é também, obra de Deus, pois Ele é “nosso Salvador”.
Na linguagem de 2 Co 5.19, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados, e nos confiou a palavra da reconciliação”.
A obra de Deus é obra de Cristo e a obra de Cristo é obra de Deus. Jesus veio ao mundo como um missionário do Reino de Deus na terra; Ele era um Embaixador do céu na terra. Então a missão não era dele como homem, mas de Deus.
Deus, Nosso Pai
Deus é Pai. De Deus nos vem toda graça, misericórdia e paz; a paz que excede todo entendimento humano. Trata-se da paz que é a nossa esperança de que, mesmo que tudo aqui neste mundo esteja perdido, temos uma habitação no céu, junto de nosso Senhor.
Nós andamos por fé; e não por vista (2 Co 5.14).
Jesus ensinou aos seus discípulos a orar dizendo “Pai nosso…”. Segundo o ensino de Cristo, a oração não precisa de intermediários. Ela deve ser feita pelo crente em Cristo diretamente a Deus com o possessivo “nosso” (ou meu no caso de oração individual) pois é isso que Deus é do cristão.
Isto nos dá segurança. Temos um Pai que é sobre tudo e todos.
A Nossa Esperança
Cristo, “esperança nossa” (1) reflete não somente a segunda vinda, mas também a glorificação de nossos corpos mortais que virá com Ele (1 Co 15.50-54).
A entrada a todas as bênçãos de Deus se dá em Cristo, pois Ele é único que levou nossos pecados. Jesus Cristo é nossa única esperança.
Ele é nossa esperança porque nele estaremos eternamente amparados.
O Apóstolo e Sua Missão
Paulo reconhece sua missão. Ele é um enviado de Cristo com uma missão não dele, mas de Cristo. Ele é missionário de Cristo. Cristo é o agente da missão.
Paulo se vê como “despenseiro” (1 Co 4.1-5) dos mistérios de Cristo. Despenseiro é aquele que administra a despensa distribuindo a ração diária para a família. A palavra em grego é ecônomo de onde vem a palavra economia.
Desta forma, Paulo, o Apóstolo, se vê como um mordomo que administra um lar e que precisa prestar contas ao dono do lar.
O ministério apostólico é sua obrigação (1 Co 9.16). Para cumpri-la, ele está disposto a não ter sua “vida por preciosa” (At 20.24).
Isto implica dizer que, para Paulo, o ministério apostólico era mais precioso do que sua própria vida.
Há alguma semelhança com os apóstolos de hoje?
O Apóstolo e o Discipulado
Paulo se vê como discipulador. Ele expressa isso com um termo de ligação íntima, paternal. Parece que ele está orgulhoso de tal condição, e se refere a Timóteo como “meu verdadeiro filho na fé”. Ele é pai espiritual, ou mentor espiritual.
O pai é responsável pela instrução do filho.
Baseado nisso, podemos dizer que o discipulado é um relacionamento espiritual íntimo em que duas ou mais pessoas se entrelaçam para compartilhar os valores do Reino de Deus.