Deus Tem Segredos Não Revelados Para Humanidade

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Deus Tem Segredos Não Revelados Para Humanidade. Por quê? O que falta para chegar o grande dia da sétima trombeta, quando, então, virá o fim? (Ap 10.1-11). Imagem de Sammy-Williams por Pixabay 

Em Ap 8.13 uma águia voou anunciando três ais que seriam terríveis para os habitantes da terra. 

O primeiro ai começou no capítulo 9.1 e terminou no verso 12, anunciando os outros dois.

O segundo ai parece abranger uma seção maior 9.1-11.14. Mas, além dos ais expressos em sofrimentos (9.13-21), nesse trecho há revelações proibidas de serem revelados totalmente, doçuras, amarguras, profecias e julgamentos (10.1-11.14). 

Este trecho de Ap 10.1-14, portanto, está no meio do segundo ai.

O Drama dos Profetas: Deus Tem Segredos Não Revelados

Se no capítulo 5 João viveu o drama da falta de alguém que pudesse revelar os escritos do livro selado, aqui ele vive o drama de saber e não poder revelar tudo (4). 

Mas João não foi o único que teve de guardar tais segredos de Deus. Daniel quis saber detalhes sobre estes. Embora tenha recebido muito, faltou saber o dia conclusivo (Ap 12, especialmente o verso 9). 

Paulo também andou vendo coisas que aos homens não é lícito falar (2 Cor 12. 4).

O mesmo aconteceu com os discípulos em Atos 1.6-11. Não é certo que estes tivessem em mente tais segredos quando fizeram a pergunta do verso 6: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos 1:6). A visão deles ainda era bem limitada, contaminada com falsas esperanças de glórias terrestre.

Além do mais, eles queriam saber se o tempo de inauguração do ministério do Espírito Santo na Igreja, sobre o qual Jesus falava, seria o cumprimento das falsas esperanças messiânicas. Mas Jesus lhes disse que isso não era competência deles, mas do Pai. 

Deus Tem Segredos Não Revelados Redirecionados

Na sequência, um novo anunciado parece ser o tempo favorável: Jesus vai voltar. Pelo menos os discípulos devem ter direcionado suas expectativas para esse dia. Mas permanece o mistério: quando será?

Sim. Tudo indica que o grande mistério não revelado diz respeito ao tempo oportuno da volta de Cristo. O próprio Jesus disse que o dia não foi revelado (Mt 24.36,50; 25.13; Mc 13.32). 

Além do mais, Deus não revela tudo de uma vez aos homens. Estes não suportariam toda revelação. Então Ele segue administrando a entrega dos seus segredos paulatinamente à medida que a história segue trazendo os acontecimentos. 

Mas não estou sugerindo que novas revelações virão em termos de Escrituras Sagradas. Mas que textos considerados difíceis se tornarão claros para a comunidade do Espírito Santo, a Igreja, com passar do tempo,

Creio que o olhar da igreja primitiva foi direcionado para os tempos profetizados por Daniel, Ezequiel, por Jesus e, agora, a João, o profeta da era cristã.

Mas o que fazer enquanto o tempo do fim não chega? A mensagem se direciona para tal objetivo. Veja a seguir.

O livrinho aberto

O anjo poderoso aparece em cena com um livrinho aberto. Este livrinho é diferente do livro do capítulo 5.2. Lá era um livro grande, fechado e selado. Aqui o livro é pequeno e aberto. O que indica ter apenas uma pequena parte da revelação, enquanto lá era geral. Mas à frente falarei desse livrinho. 

O Anjo Poderoso

O aspecto do anjo forte (poderoso) demonstra seu esplendor. Muitos acham que é o Cristo, mas anjo (mensageiro) não pode ser confundido com o Senhor (remetente da mensagem). O anjo pode ser embaixador dotado de autoridade divina, e então, usar de grande poder, mas não é Deus (Hb 1.1; Ap 22.9). 

Em Apocalipse Jesus é o Alfa e o Ômega, O Cordeiro, O Senhor dos senhores, O Rei dos reis, O que foi morto, mas reviveu, a raiz de Davi, a resplandecente estrela da manhã, mas não anjo.

Nas palavras de Broadmam “Cristo nunca é um anjo, no Apocalipse”. E para mim, em nenhum lugar da Bíblia.

Deus Tem Segredos Não Revelados, Os Símbolos

A cena visionária muda do céu, para onde João fora arrebatado, para a terra. Esta mensagem tem como objetivo a terra e o povo que nela habita. Por isso o anjo forte, poderoso e enorme cujos pés um pode estar sobre a terra, e outro, sobre o mar, simbolizando a abrangência (globalização) da mensagem.

Pés sobre a terra e sobre o mar. O anjo forte une terra, céu e mar. Universalidade.

A nuvem que João viu simboliza julgamento divino. Nas nuvens vêm mensagens de Deus. Nelas virá o Senhor (Dn 7.13; Sl 104.3; Ap 7.1; At 1.9; Mc 13.27).

O rosto resplandecente como o sol pode simbolizar santidade divina. Como o rosto de Moisés resplandecia (Ex 34.35).

O arco-íris (prefiro o “o arco de Deus”) simboliza misericórdia e fidelidade divina. 

Em meio ao segundo ai, muitos sofrimentos marcam a humanidade, mas o povo de Deus goza da misericórdia e da fidelidade de Deus em meio ao caos do mundo.

O livrinho está aberto porque é mensagem revelada, mas precisa de um anunciador. João é comissionado novamente (Jo 1.1,2). Duplicidade de comissionamento é confirmação peremptória da obra de Deus no mundo. O juízo é inevitável.

Entretanto o dia conclusivo da realização do mistério de Deus (o dia final) é um segredo não revelado; nem mesmo à Igreja (v.4; Mt 24.36; 25.13; At 1.5,7; Rm 16.25,26).

Os sete trovões (3) representam aqui, como em outras passagens, a voz de Deus (Sl 29.3-9; Jo 12.27-30; Ap 8:5; 11:19; 16:18; Am. 3:7). Sete é número da perfeição. Número de Deus.

Segredos guardados. Ainda não é tempo de revelá-los (Dn 2.4-9; 2 Cor 12.4; Ap 22.10). Como já dito acima, os segredos serão revelados em tempo oportuno. Mas é importante saber que o povo de Deus saberá antes. “Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7, v. 7).

O anjo levantou sua mão direita ao céu (5). O ato significa solenidade. Ele vai fazer juramento. Não haverá mais demora. O segredo de Deus será revelado nos dias da sétima trombeta v. 6,7.

O mistério de Deus (7): derrota final do mal e estabelecimento do reino (At 1.6-8; Caps 17-18; 20.7-10; Rm 11.25; Ef 1.9,10; 3.3-5; 2 Ts 2.6,7).

Antes, porém, do fim, o anjo manda João comer o livrinho. Este seria doce à sua boca (triunfo sobre mal) e amarga ao seu ventre (provações que teria de passar e ver o mundo sofrer com o juízo de Deus. Ver Ez 2.8-3.3; Jr 15.16; Ap 1.1,2,9,19).

Significa que João deveria interiorizar, absorver a mensagem de tal forma que ela o nutrisse em meio a dissabores.

O profeta vê antes o bem e o mal. Se alegra com o bem, mas sofre com o mal (Sl 126.6). Entretanto, caminha em esperança.

Ainda tem um ai. Até lá.

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